"No vinho estão a verdade, a vida e a morte. No vinho estão a aurora e o crepúsculo, a juventude e a transitoriedade. No vinho está o movimento pendular do tempo. No vinho espelha-se a vida."
Roland Betsch
O vinho é uma bebida alcoólica produzida por fermentação do sumo de uva.
Para melhor escolher um vinho, para melhor o saborear e combinar com determinada iguaria é necessário ter uma noção geral do mesmo, desde o tipo de vinificação, passando pela sua denominação de origem e finalizando com alguns critérios de harmonização.
Os tipos de vinificação utilizados são bica aberta, meia curtimenta e curtimenta.
Bica aberta é um processo em que à medida que as uvas vão sendo espremidas, o sumo sai directamente sem existir contacto prolongado com as grainhas e película. Normalmente usado para vinhos brancos.
Meia curtimenta é um processo em que existe um ligeiro contacto com as grainhas e películas para que se retire alguma cor. Mais utilizado para vinhos rosé e devido a uma melhoria das condições e tecnologias, alguns vinhos brancos.
Curtimenta é um processo em que o sumo de uva fica em contacto com as grainhas e películas durante algum tempo. O tempo de contacto, liquido-mosto, é decidido pelo enólogo de acordo com o tipo de vinho que pretende. Os vinhos tintos são normalmente elaborados por este processo para que retire toda a matéria corante disponível.
Quanto às denominações de origem utilizadas em Portugal estas dividem-se em V.Q.P.R.D., D.O.C, Regionais e Vinhos de Mesa.
V.Q.P.R.D. São vinhos de qualidade produzidos em regiões demarcadas. É considerada a mais alta distinção a nível de qualidade entre as regiões embora por vezes não se traduza em qualidade superior em relação a outras denominações.
D.O.C São vinhos com Denominação de origem controlada. Têm parâmetros de qualidade um pouco menos estruturados que os V.Q.P.R.D. embora por vezes a nível de qualidade sejam superiores. São elaborados com uma percentagem de pelo menos 85% de castas recomendadas da região, podendo ser os outros 15% de castas autorizadas. Pode ser considerada a denominação com mais vinhos no país.
Vinhos regionais são produzidos com uma % maior de castas autorizadas, ultrapassando os 15% para vinhos DOC. De salientar que existem vinhos regionais cada vez melhores, com qualidade muitas vezes superior ás outras denominações.
Vinhos de mesa são produzidos de forma a respeitar as normas europeias, sem grandes pretensões. Não deve indicar o ano do vinho, podendo ser uma mistura de vinhos de diferentes anos ou mistura de vinhos de diferentes regiões ou países.
A escolha do vinho certo para acompanhar um prato primeiro que tudo é uma escolha de gosto pessoal mas para seleccionar um vinho que combine deve-se em primeiro lugar conhecer a iguaria conhecendo o tipo de confecção, os temperos utilizados, os acompanhamentos e seguir os quatro tipos de combinações abaixo descritas.
· Combinando aromas que se assemelhem: isto é, se utilizamos na nossa confecção iguarias condimentadas, por exemplo, com sumo limão harmoniza-se com um vinho branco aromático, novo.
· Combinando intensidades: alimentos fortes pedem vinhos com aromas e sabores fortes
· Combinando sabores que se complementem: conjugar vinhos frutados e especiados com iguarias bem condimentadas;
· Combinando por contrastes: Combinar iguarias com vinhos que têm outras características fazem com que o produto final seja extraordinário e acima de tudo inovador.
Nem sempre é fácil escolher o vinho certo para acompanhar uma iguaria, mesmo com muito conhecimento e experiência por vezes essa harmonia não é perfeita. Não deixem de experimentar novos vinhos e novas conjugações construindo, individualmente, a vossa adega imaginária e obtendo a combinação perfeita para as vossas iguarias preferidas.